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PALAVRA DO PÁROCO

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Festa de Santo Estêvão – 26 de dezembro de 2018 - Homilia

CARIDADE NA VERDADE

No Evangelho dessa liturgia, o Cristo promete a sua assistência àqueles que anunciarem a Boa Nova.

Quando a Igreja anuncia o Evangelho, Cristo está nos lábios da Igreja proclamando.

Ele se faz uma só coisa com a Sua Igreja. Continua a Sua obra mediante seus enviados. Todo mensageiro da boa nova precisa ter o mesmo espírito de Cristo em si para anunciar com fidelidade as maravilhas manifestadas por Cristo. Ele nasceu para fazer de nós seus mensageiros. Somos arautos do Verbo encarnado. Nossa missão é anunciar a Palavra que veio ao encontro dos homens para salvá-los. Se de fato Ele nasceu em nós, é preciso fazer que Ele nasça em todos os corações. Este é o maior presente de Natal que podemos dar aos outros. A caridade de Cristo veio ao nosso encontro para ser comunicada aos outros.

Mas, a mensagem de Cristo sempre será rejeitada por aqueles que encontram o seu prazer na prática do mal. Por aqueles que preferem viver na ignorância e no erro e não suportam a verdade. Por aqueles que se sentem ameaçados em seus interesses quando o Evangelho é anunciado.

Desde o seu nascimento o Cristo já trazia em si os sinais da rejeição. Ele não foi acolhido por ninguém, abandonado na noite fria e escura, restando-lhe somente uma manjedoura entre os bois e os asnos. Depois sofre a perseguição de Herodes e precisa fugir para o Egito. Na apresentação no Templo se diz que será causa de contradição.

E hoje? Por que Cristo é rejeitado? Por quem Ele é rejeitado?

Ouso dizer que Ele é rejeitado, juntamente com sua mensagem e ensinamentos, por aqueles que propagam estilos de vida diferente da Lei de Deus, ideologias autoritárias contra a integridade e a verdade da pessoa humana, ameaças contra a família constituída segundo o desejo de Deus desde o princípio, governos autoritários e ditatoriais que se sentem ameaçados pela mensagem de Cristo. Hoje o Cristo é perseguido por meio de Sua Igreja que é ridicularizada e perseguida nos meios de comunicação, nas redes sociais. Sua Igreja é deixada de lado, é perseguida nas mentiras que se levantam para denegrir a imagem do Sumo Pontífice. Cristo é ridicularizado na vida daqueles que, no cotidiano, procuram dar testemunho dele, mas sofrem uma espécie de martírio secreto.

Cristo nos convida no Evangelho a permanecermos firmes e fiéis na verdade e no amor. É preciso vencer o mal e a morte na fidelidade àquele que nasceu para derrotar esses dois inimigos dos homens.

É preciso vencer o mal pela caridade como Estêvão venceu, mas a caridade deve estar unida à verdade. Não há caridade sem verdade.

Estêvão venceu o mal no coração de Saulo por meio da caridade quando orou pelos seus perseguidores sem deixar de amar a Deus a quem se manteve fiel até o fim.

O Cristo nasceu por amor aos homens para que estes pudessem renascer para o amor. O maior testemunho de amor que o homem pode dar é entregar-se ate o fim à pessoa amada. Estêvão, diácono da Igreja, guardado para as obras de caridade, amou até o fim os homens e seu Senhor acima de todas as coisas. Só existe verdadeira caridade quando se ama primeiramente a Deus e, por Deus, os outros. A verdadeira caridade é diferente do respeito humano. O respeito humano me leva a dizer somente coisas agradáveis ao outro que ele quer ouvir para inchar seu ego e não ser incomodado. A caridade busca valorizar o outro, trata-lo como pessoa, reconhecer a sua dignidade e, se preciso for, exorta-lo e corrigi-lo também.

Estêvão não deixou de amar a Deus e nem aos homens. Amou os homens na verdade.

Não podemos deixar a mensagem do Evangelho para agradar aos homens. Não podemos acreditar que a verdade do Evangelho prejudique o homem pós-moderno e seus interesses.

A verdade do Evangelho liberta, cura, salva, redime e encaminha o outro para o céu. Se Cristo nasceu por nós, é preciso renascer para Cristo em uma vida nova. Peçamos essa graça ao Cristo de sermos fiéis ao seu amor e ardentes na caridade para com os outros, nossos irmãos. Que a Eucaristia nos transfigure na verdade e na caridade.

Pe. Maurício Henrique - PJR