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PALAVRA DO PÁROCO

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CHAMADOS À CONVERSÃO!!!

Jesus chama-nos à conversão de vida. Convoca a Igreja para um tempo de penitência. Conversão significa adesão à Cristo, ao seu seguimento, comunhão com Ele em uma vida nova vitoriosa sobre o pecado.

Conversão significa permitir que a graça da Ressurreição de Cristo destrua em nós esse corpo de pecado, o homem velho, corrompido e rebelde em relação à Lei de Deus.

É preciso permitir que a graça libertadora de Cristo alcance-nos. Humildemente precisamos pedir essa graça redentora. A conversão é um dom. Precisamos deseja-la e abrir-nos à Cristo Redentor.

As três práticas quaresmais ajudam-nos nesse itinerário de conversão: oração, jejum e caridade.

A oração coloca-nos em comunhão com o Senhor e sua vontade para nós. Ele quer que sejamos santos, consagrados, guardados para Ele, que testemunhemos a sua glória por nossa forma de pensar, falar e proceder.

O Jejum faz-nos participantes da Paixão de Cristo, do seu esvaziamento de si na Cruz, da vitória sobre o mal. Devemos morrer em Cristo para ressuscitarmos como novas criaturas.

A caridade faz-nos participar da autodoação de Cristo por nós no amor. Ressuscitar como nova criatura significa viver a Lei do Amor. As obras de caridade manifestam a vida nova de Cristo em nós.

Realizar todas essas coisas ocultamente, ou seja, para a glória de Deus e não para si mesmo e para os homens. Significa criar intimidade com Deus que habita em nós. Por isso a necessidade do silêncio, da interiorização. É o Senhor que nos justifica, ou seja, que nos torna justos, que nos salvará. Por amor a Deus somos chamados a mudar de vida. Não existe verdadeiro amor a Deus sem compromisso com uma vida nova. Amar a Deus não é uma coisa romântica, de palavras somente, mas é compromisso com a radicalidade de sua Lei.

A origem do uso das cinzas na liturgia remonta ao Antigo Testamento e tinha diversos significados.

Os antigos judeus “conviviam” com o fogo e as cinzas, uma vez que observavam o que restava das vítimas sacrificadas, queimadas por inteiro no templo. O fogo do Santuário estava sempre aceso, e naturalmente, produzia muitas cinzas. Havia um grande cuidado com as cinzas, pois era o que sobrava de cada sacrifício: eram sempre recolhidas com atenção piedosa.

O que restava dos cabritos, cordeiros e touros, eram as cinzas! Havia um total transformação de cada ser em sua matéria, forma, tamanho e no processo da queima, a fumaça subia aos céus como sinal da comunicação com o divino. Também nós seremos radicalmente transformados: "Ele transformará o nosso pobre corpo, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso".

O uso das cinzas tem um sentido Pedagógico. Sinal daquilo que se foi, as cinzas para nós significam a nossa condição humana marcada pela fragilidade, pela vulnerabilidade, pela finitude, dependência. Somos convidados a nos lembrar que a  vida terrena, apesar de toda a sua beleza, recursos e prazeres, é passageira: “Você é pó, e ao pó voltará». Tudo é fugaz! Uns e outros vão para o mesmo lugar: vêm do pó, e voltam para o pó. Somos chamados a manter nossa consciência de pequenez e humildade diante de Deus. Assim, somos chamados a viver com humildade, evitando o orgulho e a violência. As cinzas nos recordam que a nossa vida é totalmente dependente de Deus: quando Deus retira o "seu espírito e o seu sopro de todas as criaturas, elas morrem no mesmo instante, voltam ao pó.

Em tempos de humilhação e profanação dos lugares sagrados o povo judeu utilizava-se das cinzas.

Eram utilizadas também como arrependimento, contrição, dor pelos pecados, retorno a Deus.

As cinzas nos mostram a perda total das qualidades de uma matéria: cor, peso, tamanho, beleza, origem, cheiro, estrutura etc.

A espiritualidade da Quaresma nos convida a pensar na qualidade da nossa vida terrena que encaminha-se para a vida eterna.

As cinzas constituem uma advertência para o nosso orgulho, a prepotência, a mesquinhez, violência, materialismo!

A Quaresma anuncia também a grandiosidade da Misericórdia de Deus, sua prontidão para dar seu perdão divino e sua salvação eterna.